Na quarta-feira, 20 de novembro – Dia da Consciência Negra –, a Câmara Municipal inaugurou um busto em homenagem a Joaquim Firmino de Araújo Cunha (1855 - 1888), mogimiriano que se tornou mártir e herói da abolição da escravatura no Brasil.

 

O monumento foi instalado no jardim frontal da Casa de Leis e, na base do busto, um texto rememora um pouco da história do homenageado: "Nascido em Mogi Mirim em 29 de agosto de 1855, foi delegado de polícia na cidade de Penha do Rio do Peixe, hoje nomeada Itapira. Emérito e ardoroso abolicionista, foi brutalmente assassinado por cerca de duzentos escravagistas em 11 de fevereiro de 1888. Tornando-se um mártir e herói da luta contra a escravidão no Brasil."

O evento contou com a presença do Presidente da Câmara, Dirceu da Silva Paulino (União Brasil), dos vereadores Ademiri Souza Floretti Junior (Republicanos), Alexandre Cintra (PSDB), Carlos Eduardo de Souza (PL), Cinoê Duzo (PP), Dra. Lúcia Tenório (MDB), Joelma Franco da Cunha (Novo), João Victor Gasparini (União Brasil), Luzia Cristina Nogueira (PDT), Mara Cristina Choqueta (PDT), Marcos Antonio Franco (União Brasil) e Marcos Paulo Cegatti (PSD). Representando o Poder Executivo, compareceram a secretária de Relações Institucionais, Maria Helena Scudeler de Barros, o secretário de Segurança Pública, Luiz Carlos Pinto, o coordenador da Defesa Civil, Luiz Roberto Di Martini, e o secretário de Turismo e Cultura, Luiz Dalbo.    

Também compareceram os representens do Conselho do Patrimônio e Desenvolvimento da Comunidade Negra do Estado de São Paulo (CPDCN), Marlene Alves da Costa e Reginaldo da Costa, o representante do Coletivo Afrocaipiras e da Associação Cultural Afro Guaçuana (ACAG), Carlos Pinheiro, as representantes do Coletivo Negro de Mogi Mirim, Érica Cândido e Tatiane Guedes, e os representantes da Beleza Negra de Mogi Mirim 2023, Beatriz Vitória, Jairo Balbino e Penha Malvezzi. Assim como os representantes do Centro de Documentação Histórica "Joaquim Firmino de Araújo Cunha" (CEDOCH), Carmen Lucia Bridi (presidente) e Walter Polletini, e munícipes.

A cerimônia em homenagem a Joaquim Firmino foi conduzida por Nelson Victal do Prado Junior e teve o acompanhamento musical da Banda Lyra Mojimiriana. Os participantes relembraram a trajetória de vida do herói abolicionista e ressaltaram a importância do monumento, como uma forma de reconhecimento a Joaquim Firmino, a luta pela abolição da escravatura em Mogi Mirim e no Brasil e a luta contra o racismo.  

Em sua fala, o Presidente da Câmara, Dirceu da Silva Paulino, agredeceu a presença de todos e disse que a homenagem a Joaquim Firmino era de toda a população. Paulino afirmou que considera Joaquim Firmino o mogimiriano mais importante da história, por ele ter lutado contra a escravidão a ponto de ter a vida ceifada por escravocratas. O presidente destacou que esse crime brutal, ao invés de interromper, acelerou a abolição, que aconteceria meses depois, em 13 de maio de 1888.

Além disso, Paulino relembrou que a comoção em torno da morte de Joaquim Firmino foi tão grande que o município onde Firmino trabalhava, como delegado de polícia, mudou inclusive de nome. Dirceu explicou que dois dos acusados de envolvimento no crime eram um fazendeiro inglês e um americano, que depois de derrotados na Guerra Civil dos Estados Unidos, lutando ao lado dos estados escravocratas, vieram morar no Brasil, em Penha do Rio do Peixe.

Segundo relatos históricos, um dos fazendeiros era também presidente da Câmara de Penha do Rio do Peixe, e recorreu ao governo de São Paulo, para que o município mudasse de nome, passando a se chamar Itapira – numa tentativa de desvincular a cidade da repercussão negativa. O assassinato de Joaquim Firmino e seu contexto foram pesquisados pelo historiador itapirense Eric Apolinário, que escreveu o livro "O crime da Penha", assim como pelo CEDOCH de Mogi Mirim, que incorporou o nome do mártir na identificação do centro de documentação.     

Dirceu Paulino salientou também que a Câmara Municipal de Mogi Mirim elegeu, para o biênio 2023-2024, o primeiro presidente negro, nos mais de duzentos anos de história desta Casa de Leis, e que o busto de Joaquim Firmino contribuirá para manter viva a memória do herói abolicionista.

A Câmara Municipal gostaria de agradecer ao secretário de Segurança Pública, Luiz Carlos Pinto, e ao coordenador da Defesa Civil, Luiz Roberto Di Martini, pela contribuição para a realização do evento. Assim como à Cafeteria e Restaurante Empório Mineiro "Paozim di queijo", pelos pães de queijo aos presentes.

Da esquerda para a direita: Reginaldo da Costa e Marlene Alves da Costa (Conselho do Patrimônio e Desenvolvimento da Comunidade Negra do Estado de São Paulo); Érica Cândido e Tatiane Guedes (Coletivo Negro de Mogi Mirim); Jairo Balbino (Beleza Negra de Mogi Mirim 2023); Carlos Pinheiro (Coletivo Afrocaipiras e Associação Cultural Afro Guaçuana); Penha Malvezzi e Beatriz Vitória (Beleza Negra de Mogi Mirim 2023); Dirceu da Silva Paulino (Presidente da Câmara), Luiz Dalbo (Secretário de Cultura e Turismo) e Alexandre Cintra (Vereador).

 

 



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