Na 21ª Sessão Ordinária, realizada no dia 23 de junho, o presidente do Conselho Municipal de Políticas Públicas sobre Drogas (COMAD), Thiago Lucon, e o psiquiatra Dr. Elias Ajub utilizaram a Tribuna Livre para falar sobre a 3ª Semana Municipal de Prevenção e Combate ao Álcool e Drogas de Mogi Mirim, que tem como tema “A dependência química e seu impacto na sociedade”.

Lucon iniciou sua fala mencionando a 3ª Semana e a Campanha “Não dê esmolas. Faça o bem! Dê oportunidades” e que convidara o Dr. Elias Ajub para falar sobre a questão da dependência química a partir do ponto de vista da psiquiatria, de sua especialização e experiência profissional no tratamento desses pacientes.

“A dependência química é uma doença, não é uma ‘sem-vergonhice’, um desvio de caráter, é uma doença”, afirmou Dr. Elias, explicando que: “A partir do momento em que nosso cérebro passa a entrar em contato com determinadas substâncias, essas substâncias irão modificar a maneira como nosso cérebro funciona e processa informações. Depois de entrar em contato – isso vale para o cigarro, para a cocaína, para o álcool – nosso cérebro passa a demandar, a querer, a pedir de uma maneira diferente essas substâncias. E por conta disso que a gente caracteriza isso como transtorno, como doença. Nosso cérebro não pediria essas substâncias se não tivesse entrado em contato com elas num primeiríssimo momento.”

O médico então destacou que por esse motivo a prevenção, impedir que jovens tenham um primeiro contato, é tão importante.

Outro ponto enfatizado por Elias diz respeito ao estigma, à discriminação, que envolve os dependentes químicos, ou pessoas com transtorno por uso de substâncias: “O estigma é dos grandes limitadores ao acesso dessa população aos cuidados de saúde”. De acordo com o psiquiatra, o estigma também contribui para que tais pessoas não tenham voz na sociedade.

Em seguida, Elias Ajub falou também sobre outros impactos sociais relacionados ao uso de substâncias, como perda dos vínculos afetivos, impactos emocionais – que podem até levar ao suicídio –, risco aumentado de violência e exclusão.

Além disso, o psiquiatra alertou também para a dependência de substâncias legalizadas como os cigarros eletrônicos e apostas digitais. “As ‘bets’ funcionam no nosso cérebro de uma maneira idêntica à dependência química, gerando necessidade de repetição e perpetuação daquele comportamento e prejuízos importantíssimos do ponto de vista social, econômico e familiar, e a gente tem politicas que tem sido permissivas com isso.”

Ele finalizou sua fala com a seguinte frase: “Cuidar de quem sofre a dependência química e seus familiares é uma forma de cuidar melhor de nossa sociedade”.

Retomando a fala, Thiago Lucon destacou que no ano que vem o COMAD faz dez anos e para celebrar o aniversário o presidente pediu o apoio dos vereadores e do poder público de uma forma geral para a realização do 1º Simpósio de Dependência Química de Mogi Mirim, com especialistas e autoridades para ampliar o conhecimento sobre o tema na cidade. Lucon solicitou também o retorno da Frente Parlamentar de Combate ao Álcool e Drogas e apoio para o fundo municipal do COMAD.

Após a apresentação, os vereadores fizeram perguntas e comentários a Thiago Lucon e Dr. Elias Ajub, clique aqui para assistir a Tribuna Livre na íntegra. 

 



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